ASSIM ERA, NO PRINCÍPIO...
José Bento Rosa da Silva, em sua obra “A Itajahy do Século XIX”,
nos conta que, quando Itajaí ainda era Freguesia, entre 1835 e 1844, a
população girava em torno de 1.686 habitantes; sendo 1.523 livres e 163
escravos.
Com base nas memórias de Antônio da Costa Flores, José Bento resgatou o seguinte depoimento:
“No Itajaí não havia então nenhuma rua, nem se falava em arruamento. Nas imediações do local em que presentemente se acha a Matriz, existiam uns alicerces de pouco mais de meio metro de altura; construído por um pedreiro escravo do Major Agostinho, de nome Simeão; para a igreja, e uma meia água muito pequena de taipa, sem reboco, coberta de telha, sem forma exterior de templo e conhecida por Casinha de Nossa Senhora, porque agasalhava uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. O cemitério ficava no terreno sito nos fundos dessa casinha e ia até perto da atual casa do negócio do senhor Pedro Bauer.”
A
Igreja da Imaculada Conceição - também conhecida como Igrejinha Velha -
está localizada no marco Zero da cidade, bem próximo ao Rio Itajaí-Açú;
mais precisamente no início da Rua Hercílio Luz, na Praça Vidal Ramos.
É considerada um dos monumentos mais significativos da História
itajaiense.
A atual construção é uma "ampliação" da antiga Matriz, inicialmente
edificada em pedras e tijolos, a partir de 1834, pelo escravo Simeão;
substituindo a primitiva capela de pau a pique, iniciada em 1823.
Pelo que se sabe, através da história oral, a parede original
construída por Simeão, ainda está lá, nos fundos da Igreja; na divisa
com uma pequena sala comercial, onde ainda funciona a Papelaria São
Luís.
José Bento, entretanto, chama atenção para a falta de registros a respeito do construtor da Igrejinha Velha: “Simeão, ainda hoje, continua oculto, parte de uma história invisível; mas que sem ele, a igreja tampouco teria sido como foi ou é na atualidade.”
Vejamos
mais alguns depoimentos, coletados pelo pesquisador, a partir das
memórias de Costa Flores, e que retratam a Freguesia do Itajahy:
“Nos terrenos que o atual perímetro urbano desta cidade abrange e que, como sabe atinge a dois quilômetros, a contar da igreja matriz para todos os lados, exceto para o rio, que fica a muito pequena distância; contavam0se umas cinqüenta casas, entrando neste número pequenos ranchos miseráveis que, além de serem coberto de palha, compunham-se de um só compartimento com paredes feitas de ripas fincadas junto às outras. Todas as casas, salvo a do Major Agostinho (a melhor que havia) que era construída de pedra, tijolo e cal; tinham as paredes externas de taipa, isto é, de pau a pique amarrado com ripa, barreadas, sendo que só três ou quatro eram rebocadas e caiadas. (...) Não havia nenhuma casa com paredes externas de taboas. Passaram-se anos antes que existissem engenhos de serrar (...)”
“(...) mais ou menos por onde correm as Ruas Lauro Muller e Pedro Ferreira, ao lado oeste, havia apenas quatorze casas; sendo nesta quatro e naquela dez, entre as quais a do Major Agostinho que é agora de propriedade da viúva do Sr. Henrique Schneider. Essas quatorze casas estavam assim dispostas não porque obedecessem alinhamento, mas porque todas davam frente para o rio e acompanhavam a direita da praia (...)”
memórias de Costa Flores registraram ainda, segundo José Bento, os terrenos ao sul do povoado, conhecidos com o nome de Fazenda, e um dos bairros mais antigos de Itajaí. Lá residiam Dona Felícia Alexandrina de Azevedo, viúva de certo oficial, que teria governado a então Província de Santa Catarina; e sua filha de nome Carolina, casada com o Capitão Benigno Lopes Monção. Eram proprietárias de muitos escravos, grande cafezal, muitas laranjeiras e outras árvores frutíferas; além de um engenho de mandioca e açúcar.
Um pouco mais além dos limites do povoado, as memórias se estendem à periferia, e registram: “Para
os lados da Praia Brava, creio que os moradores ali eram poucos; era
onde mais se plantavam algodoeiros e mais se fazia riscado da terra.”
Estes
parecem ter sido, portanto, os primeiros registros que se tem notícia
sobre o Bairro Fazenda e Praia Brava; em meados do Século XIX, quando
Itajaí ainda era uma Freguesia.
No
início do Século XX, mais precisamente a partir de 1904, o memorialista
Juventino Linhares nos brindou com inúmeros registros do cotidiano dos
bairros - do então emancipado Município de Itajaí - e seus personagens
mais folclóricos. Mas isso é outra história...
-eu queria recreio de 30 minutos de recreio
ResponderExcluir-trocar os quadros das salas
-ter mais sigurança na escola
-dar o melhor para os alunos
-isso o que tem que arrumar na escola